quarta-feira, 5 de novembro de 2008

VINHOS DE SOBREMESA

Nessa edição não poderíamos deixar de falar de um momento tão doce. Os vinhos de sobremesa têm como característica própria uma maior densidade, uma doçura presente, e em alguns casos, um maior teor alcoólico. Por isso, devemos classificá-los especificamente pelos seguintes estilos:

Vinhos Elaborados com uvas com alta concentração de açúcar: São vinhos elaborados com as uvas Moscatel, Malvasia, Muscadelle, Gewurztraminer, Sémillon, Riesling e Chardonnay. Quando maduras, essas uvas produzem grande quantidade de açúcar e durante a fermentação, as leveduras e os fermentos utilizados em baixas temperaturas perdem um pouco do efeito e permitem que parte do açúcar não se transforme em álcool. Os mais comuns são as alemães Berenauslese e os Trockenberenauslese da uva Riesling.

Uvas colhidas tardiamente: Conhecidos como “Late Harvest”, “Colheita Tardia”, “Recolte Tardive”, “Vendemmia Tardiva” são vinhos elaborados quando grande parte da água já secou e o nível de açúcar está elevado. Esses são mais comuns e produzidos tanto no Velho Mundo como no Novo Mundo, com destaque para Klein Constantia da África do Sul.

Uvas Passificadas: Nesse caso são colhidas normalmente e depois permanecem em esteiras dentro de galpões arejados para sofrerem um processo de secagem antes da vinificação. Os mais famosos são: Vin Santo italiano; Vin de Paile do Jura e Muscat de Frontgnan na França; Comandaria de Chipre; Recioto do Veneto; os Passitos da Sicília e Emiglia Romana.

Uvas Botrytizadas: Uvas que ao final da maturação sofrem a ação de um fungo (Botrytis Cinérea) que causam um “apodrecimento” da uva desidratando a fruta. Isso é conhecido como “podridão nobre”, pois confere ao vinho aromas complexos e inesquecíveis. O produto mais famoso do mundo é o Sauternes produzido com as uvas Sauvignon Blanc, Sémillon e a Muscadelle pelo Chateau D’ Yquem em Bordeaux na França. Outro vinho famoso é o Tokaji (Hungria) feito com a uva Furmint.

Vinhos Fortificados: Vinhos obtidos pela interrupção da fermentação pela adição de aguardente vínica. Esse processo permite que o vinho fique com alto teor de álcool além de grande concentração de açúcar. Os vinhos mais famosos dessa categoria são os portugueses: Porto, Madeira, Moscatel de Setúbal; o italiano: Marsala; os espanhóis: Málaga e o Pedro Ximenez de Xerez; os franceses: Muscate de Baume de Venise, Muscate de Rivesaltes, Maury, Banyuls da uva Grenache conhecidos na França como “vinhos doces naturais”.

Vinhos de Mosto Doce Concentrado: Método usado principalmente na Alemanha para a produção de vinhos no nível QBA.

Vinhos de Uvas Congeladas: Muito conhecido hoje como “Eiswein” na Alemanha e “Ice Wine” no Canadá, as uvas são colhidas próximas ao Natal. Essa época, os cachos de uva já estão congelados e a vinificação é feita com a uva nesse estado privilegiando somente os ácidos e os açúcares que possuem o ponto de fusão abaixo da água.

As compatibilizações clássicas com vinhos de sobremesa são: Vinho do Porto com amêndoas torradas, com queijos fortes e salgados como o Stilton, Rocquefort, Gorgonzolla; Sauternes com Foie Grãs. Porto Vintage com queijo de cabra da Serra da Estrela; Vin Santo com cantuccini; Banyuls ou Porto com sobremesas de chocolate; o Pedro Ximenez com Torta de Nozes, Rasteau com sobremesas com creme; lembrando sempre que o doce da sobremesa não deve suplantar o doce do vinho. Vá experimentando descontraidamente e descubra o que mais lhe agrada. Aproveite!

Santé!

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