Nessa edição não poderíamos deixar de falar de um momento tão doce. Os vinhos de sobremesa têm como característica própria uma maior densidade, uma doçura presente, e em alguns casos, um maior teor alcoólico. Por isso, devemos classificá-los especificamente pelos seguintes estilos:
Vinhos Elaborados com uvas com alta concentração de açúcar: São vinhos elaborados com as uvas Moscatel, Malvasia, Muscadelle, Gewurztraminer, Sémillon, Riesling e Chardonnay. Quando maduras, essas uvas produzem grande quantidade de açúcar e durante a fermentação, as leveduras e os fermentos utilizados em baixas temperaturas perdem um pouco do efeito e permitem que parte do açúcar não se transforme em álcool. Os mais comuns são as alemães Berenauslese e os Trockenberenauslese da uva Riesling.
Uvas colhidas tardiamente: Conhecidos como “Late Harvest”, “Colheita Tardia”, “Recolte Tardive”, “Vendemmia Tardiva” são vinhos elaborados quando grande parte da água já secou e o nível de açúcar está elevado. Esses são mais comuns e produzidos tanto no Velho Mundo como no Novo Mundo, com destaque para Klein Constantia da África do Sul.
Uvas Passificadas: Nesse caso são colhidas normalmente e depois permanecem em esteiras dentro de galpões arejados para sofrerem um processo de secagem antes da vinificação. Os mais famosos são: Vin Santo italiano; Vin de Paile do Jura e Muscat de Frontgnan na França; Comandaria de Chipre; Recioto do Veneto; os Passitos da Sicília e Emiglia Romana.
Uvas Botrytizadas: Uvas que ao final da maturação sofrem a ação de um fungo (Botrytis Cinérea) que causam um “apodrecimento” da uva desidratando a fruta. Isso é conhecido como “podridão nobre”, pois confere ao vinho aromas complexos e inesquecíveis. O produto mais famoso do mundo é o Sauternes produzido com as uvas Sauvignon Blanc, Sémillon e a Muscadelle pelo Chateau D’ Yquem em Bordeaux na França. Outro vinho famoso é o Tokaji (Hungria) feito com a uva Furmint.
Vinhos Fortificados: Vinhos obtidos pela interrupção da fermentação pela adição de aguardente vínica. Esse processo permite que o vinho fique com alto teor de álcool além de grande concentração de açúcar. Os vinhos mais famosos dessa categoria são os portugueses: Porto, Madeira, Moscatel de Setúbal; o italiano: Marsala; os espanhóis: Málaga e o Pedro Ximenez de Xerez; os franceses: Muscate de Baume de Venise, Muscate de Rivesaltes, Maury, Banyuls da uva Grenache conhecidos na França como “vinhos doces naturais”.
Vinhos de Mosto Doce Concentrado: Método usado principalmente na Alemanha para a produção de vinhos no nível QBA.
Vinhos de Uvas Congeladas: Muito conhecido hoje como “Eiswein” na Alemanha e “Ice Wine” no Canadá, as uvas são colhidas próximas ao Natal. Essa época, os cachos de uva já estão congelados e a vinificação é feita com a uva nesse estado privilegiando somente os ácidos e os açúcares que possuem o ponto de fusão abaixo da água.
As compatibilizações clássicas com vinhos de sobremesa são: Vinho do Porto com amêndoas torradas, com queijos fortes e salgados como o Stilton, Rocquefort, Gorgonzolla; Sauternes com Foie Grãs. Porto Vintage com queijo de cabra da Serra da Estrela; Vin Santo com cantuccini; Banyuls ou Porto com sobremesas de chocolate; o Pedro Ximenez com Torta de Nozes, Rasteau com sobremesas com creme; lembrando sempre que o doce da sobremesa não deve suplantar o doce do vinho. Vá experimentando descontraidamente e descubra o que mais lhe agrada. Aproveite!
Santé!
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