Durante quase nove mil anos, praticamente não existia controle na vinificação. O vinho era elaborado por um rude processo de esmagamento das uvas e a conseqüente fermentação. E executado em ambiente aeróbico e sem controle de temperatura.
A uva possui o ciclo de um ano. No outono, a videira inicia seu processo de perda das folhas, ressecamento e a poda de galhos. No inverno, adormece, recobrando sua energia. Na primavera, cresce de novo, floresce e desenvolve frutos, que amadurecem no verão e se transformam em doçura. A planta atinge então seu apogeu com a colheita.
Até o século 16, o melhor era uma talha de pedra, uma ânfora de cerâmica ou metal ou uma barrica de madeira para armazenar. Por isso, depois que os vinhos eram elaborados, nada contribuía para sua conservação.
Havia ainda o problema do pagamento de impostos por vinhos de diferentes produtores entregues aos governos. Misturados, acabavam estragando o que já não era tão bom. Em resumo, o vinho que se tomava nos primeiros dias após a sua elaboração era algo muito diferente após algumas semanas.
Para aumentar a durabilidade e atender às necessidades dos povos, geralmente a bebida era mais doce e alcoólica. A evolução começou quando os portugueses assinaram o Tratado de Methuen de 1703. O acordo previa o fornecimento para a Inglaterra e que em troca do vinho daria tecidos para Portugal sem impostos. Isso fez desenvolver a produção e a garrafa de vidro. Dos árabes, foi herdada a cortiça dos sobreiros para as rolhas que tampariam essas garrafas.
Esse momento foi muito importante para a História do Vinho. A partir daí, aumentou a sua qualidade, melhorando os métodos de conservação. Hoje temos alguns vinhos mais simples e correntes que são tampados com rolhas sintéticas, acrílicas e screw rote (como as de vidro de azeite). Porém os mais longevos devem conter a rolha de cortiça.
A verdade é que o vinho evoluiu somente agora nestes últimos 40 ou 50 anos. No Velho Mundo temos há séculos grandes produtores como França, Itália, Portugal, Espanha, Alemanha, Áustria, Suíça e Hungria. Já nos últimos 30 anos, surgem os países do Novo Mundo: Califórnia, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Chile, Argentina, Uruguai e mais recentemente o Brasil.
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